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alegoria da vinha inaugura o tema das núpcias
de Javé com Israel, tema que voltará frequentemente na literatura bíblica. Às
vezes, Israel é designado como vinha, outras vezes, como a esposa acariciada e
depois repudiada. Neste cântico de Isaías, as duas linhas se misturam
perfeitamente, através de uma superposição de imagens. A intervenção do profeta
lembra o papel do amigo do Esposo.
As
atenções dadas à vinha são as mesmas que Deus dá à sua esposa (Ef 5,25-33:
Cristo amou e ama sua igreja!). O julgamento que Deus faz sobre a vinha se
efetua em público, como exigia a Lei em caso de adultério. Enfim, a condenação
da vinha à esterilidade é a maldição prometida à esposa infiel (Os 2,4-15).
A figura da vinha, como aliás a da esposa, se tornam como que um exemplo da
história da salvação, do modo de agir de Deus perante seu povo e o mundo
inteiro. O amor de Deus pelos homens se revela de modo dramático, mas por fim é
sempre o amor que triunfa sobre a recusa e a infidelidade do homem.
Sob
forma de parábola, na qual a vinha representa Israel e o amado representa Deus,
tem-se um discurso de acusação, movido pelo amigo de Deus, o profeta. Na
introdução encontra-se um cântico popular com duplo significado (v. 1a).
Na primeira estrofe (vv. 1b-2), toma a palavra o profeta para descrever
os cuidados que Deus teve por Israel. Na segunda estrofe, fala Deus, que
censura a falta de correspondência à sua dedicação (vv. 3-4). Na
terceira estrofe, fala ainda Deus, que tira as consequências da ingratidão (vv.
5-6). Enfim, na conclusão (v. 7), o profeta dá o sentido do cântico:
"A vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá
são a planta de sua predileção.
Esperei
deles a prática da justiça, e eis o sangue derramado; esperei a retidão, e eis
os gritos de socorro."
A
parábola do Evangelho de hoje é comum aos três sinóticos (Mc 12,1-12; Lc
20,9-19). Mateus, porém, sabe dar-lhe uma característica pessoal: 1)
organiza a narrativa de modo a provocar explicitamente o julgamento dos
interlocutores contra os vinhateiros (v. 4), fazendo com que se volte
imediatamente contra eles (v. 43); 2) além de afirmar com Mc e Lc que o filho,
morto fora da vinha (v. 39; Hb 13,12), tornouse pedra angular, expõe
explicitamente a ideia de povo a ele conexa (vv. 41.43); 3) e, enfim,
acentua a ideia dos frutos: para Israel, o tempo de Jesus devia ser o tempo dos
frutos (v. 34), isto é, o tempo do Reino (3,2; 4,17;12,28), mas
Israel não o acolheu; por isso, a vinha, o reino, foi tirada de Israel dada a
outros, a um povo (a Igreja) que a fará frutificar (vv. 41.43). Uma
igreja de "braços cruzados" é inconcebível.
Vemos
assim, imediatamente, a diferença entre a primeira leitura e o evangelho;
enquanto, segundo o profeta, Deus abandona a vinha que não produz frutos, na
parábola ela é confiada a outros "vinhateiros que lhe darão os frutos a
seu tempo". Desse modo é indicada a tarefa da Igreja depois da morte de
Jesus. A Igreja é o novo povo que tem a missão de "dar frutos". Por
isso, tomou o lugar de Israel e o tomou por ocasião da Páscoa, quando "a
pedra que os construtores haviam rejeitado tornou-se pedra angular". Esta
pedra é Jesus, que, rejeitado e crucificado, agora ressuscitou, e se torna o
fundamento estável sobre o qual deverá apoiar-se toda construção futura.
Essa
palavra do Apóstolo Paulo é muito animadora e encorajadora. Alegrai-vos no
Senhor, ele nos diz. A alegria é uma constante no coração do cristão. Coração
este que é espaço do Espírito Santo. Fala também que não adianta deixar as
tristezas e preocupações tomarem conta dos nossos corações e pensamentos. O
cristão vence pelo poder e força da oração. "Em qualquer circunstância,
apresentai a Deus vossas necessidades, pela oração (comunitária), no
momento da súplica, juntamente com sentimentos de gratidão". Na ação
litúrgica, a comunidade eleva sua súplica a Deus (oração dos fiéis), não se
esquecendo de agradecer-lhe por tudo, mesmo pelas perseguições. O que é
especificamente cristão vem da convicção de que não é possível obter sucesso
sem a oração.
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