Folheto
Litúrgico Celebrando a Vida, Diocese de São Mateus, ES.
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odos são
convidados para o banquete do Noivo; quem ousa recusar? Muitas vezes na Sagrada
Escritura, o Reino dos Céus é comparado a um banquete! Para os orientais, o
banquete, a festa ao redor da mesa, é sinal de bênção, pois é lugar da
convivência que dá gosto de existir, da fartura que garante a vida e do vinho
que alegra o coração. É por isso que Jesus hoje nos diz que "o Reino dos
Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu
filho". Deus, desde a criação do homem, pouco a pouco, foi preparando a
festa de casamento do seu Filho, Jesus Cristo, com a humanidade.
Já no
Antigo Testamento, Deus falava a Israel sobre o destino da vida, luz e paz que
ele preparava para toda a humanidade: "O Senhor dará neste monte, para
todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido
de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos. Ele removerá, neste monte, a
ponta da cadeia que ligava todos os povos.
O Senhor
Deus dominará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as
faces…" O pensamento e o desejo de Deus para o povo são de paz; de vida,
de liberdade, de felicidade! Se o Senhor havia escolhido Israel como seu povo,
era para que fosse ministro dessa salvação. O monte Sião seria o lugar de onde
brotariam a salvação e a bênção de Deus para toda a humanidade. Infelizmente,
Israel não compreendeu sua missão.
No
Evangelho de hoje, Jesus mostra o que aconteceu ao povo de Israel,
especialmente por parte de suas lideranças religiosas, a partir de imagens: o
rei é o Pai; o casamento do Filho (Jesus) é a Aliança nova que Deus quer selar
com toda a humanidade; os empregados são os profetas e os apóstolos. Deus preparou
tudo e por seu Filho fez o convite: "Vinde
para a
Festa!", mas o povo (Israel) não aceitou! A festa era para acolher o
Messias, o Filho amado! Aquele que traz a vida para toda a humanidade!
O que fazer
diante da recusa dos convidados? O rei ordena aos servos: "'Ide até às
encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes!'
E a sala ficou cheia de convidados".
Somos nós,
os que antes éramos pagãos e não conhecíamos o Deus de Israel. Pela voz dos
Apóstolos e dos pregadores do Evangelho, o Senhor nos reuniu de todos os povos
da terra, das encruzilhadas dos caminhos da vida, e nos fez o seu povo, o novo
povo, a Igreja! Assim, a sala do banquete, a sala da aliança eterna, ficou
repleta, porque o desejo de Deus é que todos se salvem! Ainda hoje muitas
pessoas recusam o convite de vir participar do Banquete da Eucaristia e do
Reino por causa das novelas, jogos, bares, internet, lazeres e até por causa de
pessoas!
A Igreja,
da qual fazemos parte como membros e filhos, é fruto de um desígnio do amor do
Pai eterno que, na plenitude dos tempos, nos chamou e reuniu em Cristo Jesus!
Nunca deveríamos esquecer que este Banquete eucarístico do qual participamos
agora é o Banquete que o rei, o Pai eterno, nos preparou: banquete da aliança
do seu Filho, o Esposo, com a Igreja, sua Esposa! Somos os convidados para o banquete
das núpcias da aliança do Cristo com a sua amada Esposa e o alimento, o
Cordeiro, é o próprio Jesus dado e recebido em comunhão!
Devemos
estar de qualquer jeito? No Batismo recebemos uma veste pura e santa. Cabe a
cada um zelar para que a nódoa do pecado não manche nossa veste. Devemos ter e
vestir sempre a veste da justiça do Reino de Deus. O Senhor pergunta:
"Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?" Diz que "O
homem nada respondeu!". No nosso caso: o compromisso com a justiça do
Reino é a única resposta coerente que podemos dar ao chamado gratuito de Deus
no banquete de casamento com a humanidade. Só assim seremos, além de convidados
a fazer parte de Reino, escolhidos para participar, com dignidade, da festa do
Cordeiro.
O anúncio
do Reino e a conversão devem acontecer em todos os momentos; tanto na miséria
como na abundância. Pela vida digna e justa somos fortalecidos no Senhor e
chamados por Ele, em todos os momentos da vida, para testemunhar o Reino de
justiça, amor e paz. É verdade que muitas forças nos convidam a manchar a veste
festiva do nosso Batismo, mas aquele que confia no Senhor pode dizer: "Tudo
posso naquele que me dá força" e seguir como verdadeiro discípulo
missionário.
Que o
Senhor nos dê a graça de fazermos parte de seu Reino. Que Ele nos conceda força
e coragem para não desanimarmos no trabalho missionário e resistir às
tentações.
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