quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Palácio dos Pobres: o maior abrigo a vulneráveis do Nordeste brasileiro

 

Rafaella Ramos - Vatican News

E

m Maceió, capital de Alagoas, a Casa de Ranquines, instituição vinculada à Arquidiocese de Maceió, inaugurou o “Palácio dos Pobres”, um novo espaço de acolhimento destinado às pessoas em situação de rua, localizado no Centro da capital alagoana e em funcionamento desde agosto deste ano.

Situado na antiga sede da Cúria Metropolitana, o edifício histórico, agora restaurado, passou a acolher até quatrocentas pessoas, oferecendo não apenas abrigo, mas também dignidade e cuidados integrais àqueles em condições de vulnerabilidade social.

A inauguração contou com uma missa presidida pelo arcebispo dom Carlos Alberto Breis Pereira, O.F.M., onde religiosos e membros da comunidade celebraram a reabertura do espaço, vendo-o como um compromisso cristão de acolhimento aos mais necessitados.

“Essa casa, que já foi residência dos arcebispos, será agora um refúgio para aqueles que carecem de amor e respeito”, ressaltou dom Beto Breis durante sua homilia, expressando sua emoção diante da nova função social do local.

Além da missa, o evento incluiu a bênção do espaço e um almoço compartilhado entre o clero, os acolhidos e a comunidade.

O local almeja mais do que a provisão de abrigo e alimentação; sua missão é promover a reintegração social e incentivar o desenvolvimento pessoal dos atendidos. A instituição oferece cerca de duas mil refeições diárias, além de kits de higiene, atendimento psicológico, consultas com assistentes sociais e acolhimento vinte e quatro horas.

Frei João, diretor da Casa, destacou que cada ação representa um gesto de solidariedade e cuidado, reafirmando o compromisso com a transformação de vidas. “Nossa missão aqui é oferecer dignidade e esperança, para que cada pessoa que nos procura possa reescrever sua história”, afirmou.

O contínuo trabalho de assistência e reintegração social realizado pela Casa de Ranquines responde aos desafios da desigualdade em Alagoas, onde muitas pessoas ainda vivem em situação de extrema pobreza.


Mensagem do dia... 31/10/2024


terça-feira, 29 de outubro de 2024

CCJ da Câmara dos Deputados discute PEC que muda regras de aposentadoria de servidores públicos

 

A

 Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados discute a PEC 66  que pretende retomar parte da discussão da Reforma da Previdência de 2019, obrigando estados e municípios a adotarem as mesmas condições do regime próprio dos servidores da União.

Conforme prevê a PEC, os regimes próprios de previdência social (RPPS) dos entes federativos deverão seguir as regras da União, a menos que adotem “regras mais rigorosas quanto ao equilíbrio financeiro e atuarial”.

O projeto concede um prazo de 18 meses para que os governos regionais façam as alterações necessárias, do contrário, passam a valer imediatamente as regras federais para os benefícios.

Entre as mudanças da Reforma da Previdência de 2019 estão o aumento da idade mínima para aposentadoria e o tempo de contribuição e, atualmente, os servidores devem ter 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres), com 25 anos de contribuição, sendo dez no serviço público e cinco no último cargo.

Em 2019, a reforma apenas obrigou estados e municípios a criar regimes de Previdência complementar e ajustar as alíquotas de contribuição e, com a PEC 66 busca-se retornar às condições vigentes antes da reforma, época em que os servidores dos três níveis governamentais seguiam regras similares, exceto das alíquotas de contribuição.

A PEC 66 causa insatisfação entre os servidores dos estados e municípios e o Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) já manifestou preocupação com a obrigatoriedade de novas mudanças, mesmo nos entes que já fizeram ajustes. Segundo o Fonacate, a proposta viola o pacto federativo e a autonomia dos estados e municípios.

Por que um estado ou município, que está com as contas em dia, tem que aumentar sua contribuição?, questionou a secretária-geral do Fonacate, Rivana Ricarte.

A PEC 66 também propõe o parcelamento de dívidas previdenciárias em até 25 anos, bem como limites para pagamentos de precatórios, que variam de 1% a 5% da receita corrente líquida (RCL).


Com informações dos Sites O Globo e Contábeis.


Mensagem do dia... 29/10/2024

 

sábado, 26 de outubro de 2024

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 27/10/2024

 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O

 Evangelho deste 30º Domingo do Tempo Comum nos relata a cura do cego Bartimeu. Ele se encontrava à beira do caminho dependendo da compaixão dos transeuntes.

Em certa ocasião ouviu falar de Jesus, de suas palavras e ações e ficou atento. Um dia ao saber da aproximação do Senhor, começou a gritar implorando-lhe a cura. Os que passavam corrigiam lhe para que se calasse. Ele não os escutou e gritava com voz mais forte.  O Senhor o mandou chamar até onde estava. Ele, em uma atitude rápida, deixou seu manto e se aproximou de Jesus.

Vemos nesse relato, alguém que cansou de viver à margem da vida e soube que aquele que era a própria Vida estava passando e se avizinhava. Ele grita, coloca para fora de seu ser cansado o desejo de libertar-se dessa escravidão. Pessoas que lhe são próximas o mandam calar, pois julgam melhor que tudo continue como está, optam pela acomodação. Mas ele está decidido e quer ser liberto de tudo o que o marginaliza. Ele não se cala. Jesus, conhecendo tal opção, pede que as pessoas que estão ao lado, tragam-no até ele.

Os intermediários cumprem seu papel e dizem que o Senhor o chama. O cego larga o manto, ou seja, larga a vida de dependência – já que era no manto, estendido à sua frente, que as pessoas depositavam as esmolas  -  e salta para a vida nova, de liberdade.

Este episódio nos ajuda a purificar nossa vontade e nos dar aquela coragem de que tanto gostaríamos possuir. Reclamar, queixar-se, fazer corpo mole, colocar a responsabilidade na vida ou nos outros, é algo que deparamos dentro de nós. Sair do acomodamento, ter de fato uma vontade firme e decidida é algo custoso que nos mantém na escravidão e na dependência das pessoas.

Aprendamos com Bartimeu a dar um basta a tudo aquilo que nos marginaliza, nos diminui a dignidade, nos torna comodamente dependentes. Um cristão deve ser ágil em sua opção pela vida e por uma vida digna. O cego não teve dúvidas, gritou por Jesus e não deu atenção aos que o queriam calar.

Quais são as pessoas, situações ou sistemas que nos desejam manter na escravidão? Quais são as pessoas ou situações enviadas por Deus que nos levam à libertação, à  independência? Examinemos quais são nossas dependências, nossas acomodações e tenhamos coragem para  eliminá-las!

Mensagem do dia... 26/10/2024

 

sábado, 19 de outubro de 2024

Reflexão Litúrgica para o 29º Domingo do Tempo Comum - 20/10/2024

Pe. Paulo Sérgio Silva

Diocese de Crato – CE.

A

 liturgia deste 29º Domingo do Tempo Comum, continuando a catequese que visa formar os discípulos nos valores do Reino de Deus, reafirma que o serviço e a doação de si mesmo são a essência da missão de Jesus e que por isto são também exigências e urgências indispensáveis para os cristãos de todos os tempos.

Na primeira leitura (Is. 53,10-11), o profeta Isaías apresenta, ao povo escravizado no exílio, um misterioso “Servo de Deus”. Trata-se de alguém considerado insignificante e rejeitado, mas cuja vida e sofrimento revelam-se como a salvação de Deus. Aqui não se trata de fazer apologia ao sofrimento em si. Mas sim nos fazer entender que sofrer pelos outros, carregando seus aflições e angústias, é exemplo de serviço e doação, como percebemos na própria vida de Jesus. Dirá, São Paulo, séculos depois: “o que, porém, para o mundo é loucura, Deus o escolheu para envergonhar os sábios; e o que para o mundo é fraqueza, Deus o escolheu para envergonhar o que é forte.” (1Cor. 1,27) Por isto, este “Servo” se tornou o anúncio da vida e a missão de Cristo.

Na segunda leitura (Hb. 4,14-16), a Carta aos Hebreus fala-nos de um Deus íntimo a humanidade e que, por isso, rebaixa-se partilhando nossa frágil condição para nos fazer participar da sua condição divina. Dirá são Paulo: “Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza” (2Cor. 8, 9). Ele não ostenta seu poder e sua omnipotência, pelo contrário, tendo assumido a condição humana em plenitude, passou pelo sofrimento e pela morte, tornando-se a expressão de serviço, doação, misericórdia e compaixão. Mediante a sua vida, Jesus Cristo, que é ao mesmo tempo Sacerdote, Altar e Cordeiro sacrifical, constitui os seus discípulos, a comunidade cristã de todas as eras, em um Povo Sacerdotal enquanto permanece nos convidando a fazer da própria vida, analogamente a sua, um contínuo sacrifício de louvor, de entrega e de amor.

No Evangelho (Mc. 10,35-45), continuamos a percorrer, com Jesus e os discípulos, o caminho em direção a Jerusalém. João e Tiago reivindicam para si um privilégio que desperta a raiva dos demais discípulos porque provavelmente estes queriam pedir a mesma regalia. Todos os discípulos demonstram que ainda não compreenderam o coração do Mestre, não aceitam um Messias sofredor e alimentam uma visão imperialista do Reino de Deus com expectativas de um Messias glorioso, violento e autoritário. Jesus os convida a não usar o Reino de Deus como objeto para alcançar seus sonhos e planos pessoais de ambição, de grandeza, de poder e dominação, mas a converter suas vidas em serviço e doação de amor. Ao mencionar o batismo como início da missão, e o cálice como símbolo da paixão/conclusão da missão, Ele nos faz compreender que para permanecer com o messias glorioso na ressurreição é necessário acompanhá-lo em todos os momentos de sua missão, inclusive na doação da própria vida na Cruz.

O desejo de grandeza gera ambição, causa rivalidade e divisão da comunidade. Quando colocamos nossos projetos pessoais acima dos planos de Deus, a unidade deixa de existir. Em um mundo cada vez mais contaminado por uma falsa teologia da prosperidade, os cristãos precisam reaprender que a decisão de acolher o discipulado de Jesus e assumir suas consequências não pode depender de promessas de recompensas. Os lugares na glória futura são um dom gratuito de Deus Pai e não fruto da conquista pessoal.

Embora reprovemos, automática e veementemente, as atitudes de João, Tiago e dos demais discípulos neste episódio, esquecemos quão semelhantes são as nossas próprias condutas.  Isto porque facilmente esquecemos que para o Reino em nada frutifica as nossas vãs e risíveis guerras pelo poder ou pelo protagonismo, a nossa insaciável sede por honras e títulos, as nossas ambições mesquinhas que nos levam a querer impor nossa mediocridade sobre os outros.

O modelo de vida a ser seguida será sempre a do próprio Jesus Cristo. Nele, com Ele e por Ele nasce uma comunidade de “irmãos/servos”, não um império de generais e reis. Somos convidados a repensar a forma como vivemos diante da família, na escola, no trabalho e na sociedade como um todo. É preciso vigiar e orar para não transformarmos nossa missão em uma corrida onde usamos o Evangelho para alcançar poder e domínio sobre aqueles a quem nós devemos servir. É no amor e na entrega de quem serve humildemente aos irmãos que Deus oferece a vida eterna e verdadeira.  Somos discípulos de Jesus Cristo e, portanto, testemunhas e semente de um novo mundo “onde habitará a justiça.” (2Pd. 3,13)

 

Fonte: Site da Diocese de Crato - Ceará


Mensagem do dia... 19/10/2024


sábado, 12 de outubro de 2024

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA 0 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 13/10/2024

 

Pe. Paulo Sergio Silva - Diocese de Crato - CE

A

 liturgia deste 28º Domingo do Tempo Comum – Ano B, nos coloca diante de dois caminhos que podem conduzir a nossa vida e existência: o caminho da sabedoria que nos apresenta o que é eterno, essencial e pode dar sentido a nossa vida; e o caminho do apego àquilo que é passageiro e efêmero. A partir do diálogo com Jesus Cristo e a escolha feita por aquele homem, entendemos que é preciso, muitas vezes, renunciar a certos valores perecíveis, a fim de não perder a vida verdadeira e eterna que tanto buscamos.

Na primeira leitura (Sb 7,7-11), meditamos um hino de louvor à sabedoria, apresentada com um dom de Deus, fruto da oração e da súplica. Como dádiva divina, ela é superior a tudo, tornando assim o poder e as riquezas insignificantes. Sua essência consiste em observar (obedecer) a Lei, mas também na capacidade de discernir entre o bem e o mal e escolher sempre o bem que conduz à verdadeira felicidade. Então o verdadeiro “sábio” é aquele que escolheu escutar as propostas de Deus, aceitou os desafios da missão e decidiu seguir os caminhos que Deus indica.

Na segunda leitura (Hb 4,2-13), o autor da Carta aos Hebreus realiza um hino de louvor a Palavra de Deus. Definida como força viva e eficaz, ela – a Palavra – é o caminho seguro para todos aqueles que desejam alcançar a verdadeira sabedoria e tornar-se capaz de seguir fielmente o caminho do Evangelho. Esta Palavra Sagrada, uma vez acolhida no nosso coração, transforma-nos, renovando nossa vocação missionária, ajudando-nos a discernir o bem e o mal e a escolher o caminho certo para chegar à vida plena e a felicidade dos filhos de Deus. Por isto que o caminho proposto por Jesus Cristo, no evangelho de hoje, cai como um meteoro no coração do ouvinte. Quando o homem escuta sua proposta, ele tem certeza de que está ouvindo o caminho pelo qual tanto almejou, no entanto, ele não se sente livre para seguir Jesus porque a cruz não corresponde a imagem vitoriosa de vida eterna que acalentou no coração.

No Evangelho somos apresentados ao diálogo de Jesus com um homem obediente aos mandamentos, zeloso e que deseja ardentemente percorrer o caminho de Deus. Ele ajoelhou-se diante de Jesus e perguntou o que fazer para ganhar a vida eterna. Pelo ato de ajoelhar-se percebemos que não se trata de alguém malicioso, mas alguém realmente sincero que busca em Cristo, Palavra de Deus encarnada, a sabedoria divina.

Este encontro inesperado é paradigmático porque Marcos o apresenta quando Jesus está se dirigindo a Jerusalém. Enquanto percorre o caminho físico/geográfico para cidade Santa, ele e os discípulos percorrem também um caminho espiritual onde Jesus apressa-se para completar a sua catequese sobre as exigências do Reino para os discípulos o integrarem. À medida que a cruz se aproxima no horizonte vital, os interesses ambiciosos e individualistas devem ser abandonados a fim de que os valores do Reino cresçam e deem frutos. Deste modo, os discípulos terão que decidir como o homem: Ir embora com suas certezas efêmeras ou seguir com Jesus até final.

Jesus apresenta ao homem os mandamentos como início do caminho para a vida eterna. O homem revela que já os vive desde a mais tenra idade, todavia ainda sente inquietação. Jesus reconhece nas suas palavras e no seu coração, sinceridade, por isto, o convida a dar um passo decisivo no caminho que ele tanto procurou ao longo da vida: convida-o a tornar-se parte da comunidade do Reino de Deus. O mestre apresenta três condições essenciais para viver a sabedoria do Reino: não centralizar o sentido da vida nos bens materiais, viver a partilha e a solidariedade para com os mais pobres e seguir Jesus no seu caminho de amor e de entrega que conduz a cruz e a ressurreição.

A palavra de Jesus, manifestação encarnada da sabedoria do Pai, adentra diretamente no coração do ouvinte e lá atua eficazmente. Conhece o seu coração, age sobre os seus sentimentos e os pensamentos. Neste diálogo íntimo, o leva a pesar/avaliar os seus valores, os caminhos escolhidos e as atitudes. Todavia, o deixa livre para escolher. Diante da proposta, apesar da sua boa vontade, o homem se afasta combalido de tristeza. Este homem nos lembra facilmente das parábolas do Tesouro Escondido e da Pérola (cf: Mt 13,44-46). Ele encontrou o convite para o Reino de Deus – o tesouro que tanto buscava – todavia, foi incapaz de abandonar tudo que tinha para poder “adquiri-lo”. Ele permanece preso às suas riquezas e não tem coragem de renunciar às seguranças humanas que lhe escravizam o coração. Aquele homem que pensava ser dono de muita riqueza, percebeu que na verdade, é a sua riqueza que é dona do seu coração. Mesmo com os temores que rodam nosso coração é preciso estar disposto a renunciar dinheiro, prestígio, sucesso, fama e status social. Pois, o Reino, por ser partilha e solidariedade, torna-se incompatível com o egoísmo que produz a obsessão pelos bens deste mundo. O caminho do Reino, o caminho da sabedoria de Deus é estrado de renúncia de si, de partilha abnegada e amor.

Diante da indagação dos discípulos que se assustam com as exigências e perguntam quem pode ser salvo, Jesus recorda que a salvação não é algo que se compra, se recebe em troca de algo ou se merece por ter cumprido regras. Ela é dom gratuito, fruto da compaixão de Deus. Os discípulos devem ser conscientes de que, apesar dos desafios e sofrimentos enfrentados na missão, a opção pelo Reino e pelos valores do Evangelho garantirá uma vida em abundância nesta terra e, no mundo futuro, a vida eterna e plena.


Fonte: Site da Diocese do Crato-CE.

Mensagem do dia... 12/10/2024

 

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

OUTUBRO: Mês do Rosário e das Missões

 

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

 A Igreja dedica o mês de outubro às missões e ao rosário, porque no dia 1º de outubro a Igreja celebrou a memória litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões, e no dia 7 celebra Nossa Senhora do Rosário. A missão se faz com o terço na mão, Nossa Senhora é a protagonista da missão, Ela vai à frente dos missionários, é a primeira discípula, encoraja os missionários do mesmo modo que encorajou os apóstolos no dia de Pentecostes.  

Ao longo deste mês somos convidados a rezar o terço todos os dias, é claro que devemos rezar todos os dias do ano, mas em especial nesse mês dedicado ao rosário.

As paróquias costumam promover a reza do terço ao longo do mês, ou ainda pode rezar em casa com a família, vizinhos, amigos e até mesmo sozinhos.

Outro mês que a Igreja recomenda a reza do terço é em maio, considerado o mês Mariano por ter diversas festas dedicadas a Nossa Senhora.

Para bem rezar o santo terço é preciso saber como se reza, ou seja, rezar o terço é mais do que simplesmente repetir Ave-Marias e Pai Nosso, por exemplo é preciso conhecer os mistérios do terço que são próprios para cada dia. Os mistérios do terço nos fazem mergulhar na vida de Cristo. Através da reza dos mistérios do terço a oração se torna mais completa.  

Nas segundas e sábados contempla-se os mistérios gozosos, às terças e sextas-feiras contempla-se os mistérios dolorosos, às quartas e domingos contempla-se os mistérios gloriosos e às quintas-feiras contempla-se os mistérios luminosos. Os mistérios gozosos referem-se ao momento da concepção de Jesus e alguns momentos de sua infância. Os dolorosos referem-se ao momento da condenação e morte de Jesus, os gloriosos referem-se à ressurreição, ascensão e vinda do Espírito Santo. Os mistérios luminosos referem-se a alguns milagres realizados por Jesus, como por exemplo: Bodas de Caná, transfiguração no monte Tabor e termina com a instituição da Eucaristia. 

Dentro de cada mistério contemplamos cinco mistérios que retratam a vida de Jesus conforme citado acima. Para cada mistério reza-se um Pai-Nosso e dez Ave-Marias e um Glória ao Pai. Ao final de cada dezena pode acrescentar a invocação de algum santo de devoção ou comemorado naquele dia. Quando termina de rezar os cinco mistérios conclui-se a reza do terço com a Salve Rainha.  

A reza do terço inicia-se traçando sobre si o sinal da cruz, em seguida reza-se o credo, um Pai-Nosso e três Ave-Marias em honra a Santíssima Trindade, depois inicia-se contemplando os mistérios. Em um dia podemos rezar apenas um terço, contemplando o mistério proposto para aquele dia, como também podemos rezar mais de um, dois ou três, completando dessa forma o rosário.  

Conforme dissemos acima busquemos conhecer melhor como reza o terço com o coração. Busque o melhor momento do seu dia para rezar, ou pela manhã ou à noite, escolha uma posição confortável e, se possível, reúna família e amigos para rezarem juntos.  

É importante rezar o terço todos os dias, do mesmo modo como é importante ir à missa todos os dias. O terço é a “arma do cristão”, ou seja, devemos sempre ter o terço por perto, em nosso bolso, para que sempre que possível, lembrar de rezá-lo. Todas as vezes que rezamos o terço oferecemos rosas a Nossa Senhora, cada Ave-Maria é uma rosa que ofertamos a Maria. Que Maria nos indique a fazer tudo aquilo que Jesus nos disser, conforme ela intercedeu pelo povo nas bodas de Caná. 

        A palavra “rosário” significa “coroa de rosas”, por justamente oferecermos rosas à Nossa Senhora em cada Ave-Maria. Coroamos a imagem de Nossa Senhora sempre ao final do mês de maio e agora ao final do mês de outubro. Algumas vezes com coroa de rosas, e por isso que todas as vezes que rezamos o rosário oferecemos rosas a Nossa Senhora.  

O rosário remonta também aos 150 salmos da Bíblia, antigamente no início da era cristã quando o povo humilde não tinha acesso a livros e não sabiam ler, a Igreja sugeriu que no lugar de meditar os salmos recitassem os 150 Ave Marias dividida em 15 dezenas. Este rosário era conhecido como o “saltério da Virgem”. Hoje o número de ave marias aumentou com os mistérios luminosos. 

Depois de alguns séculos, mais precisamente por volta do ano 1208, conta a tradição que a Virgem apareceu a Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores (dominicanos), a oração do Rosário. Domingos de Gusmão estava na França combatendo a heresia Albigense. Certo dia, ele estava na capela e pediu uma luz a Nossa Senhora para que o ajudasse na missão, a Virgem lhe apareceu com um rosário na mão e lhe ensinou a rezá-lo. Em seguida pediu que São Domingos fosse por todo o mundo pregando o Evangelho e ensinando a rezar o rosário para que muitos se convertessem.  

Peço a todos que se empenhem em rezar o terço ao longo desse mês e através dessa oração ofereçam rosas à nossa Senhora como forma de gratidão por tudo aquilo que Ela nos concede.  

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós.

Mensagem do dia... 09/10/2024



sábado, 5 de outubro de 2024

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 27º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 06/10/2024

 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O

 fato de Deus conceder ao homem a faculdade de dar nome aos animais, significa atribuir-lhe uma senhoria sobre os demais seres criados. Contudo nenhum deles completava Adão, que continuava só, sem ter alguém com quem dialogar, alguém que fosse companheiro.

Deus então vai completar sua criação criando a companheira do homem, Eva. Deus o faz tirando da costela de Adão, de seu lado, exatamente porque é companheira. A criação está terminada. Agora tudo irá depender do ser humano.

O relato finda com a seguinte orientação: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” Na visão do autor do Livro do Gênesis, a união do homem e da mulher é mais forte que a própria geração.

Deixar aqueles que geraram, que deram a vida para se unir a uma outra pessoa, e ser com ela uma só carne, o ser humano completo, eis a orientação do autor do Gênesis. Com o passar do tempo os legisladores judeus foram relaxando esta visão de complementação e possibilitando a cada um, homem e mulher, a troca de parceiros de caminhada.

Jesus, ao ser interrogado sobre isso, corrige tal costume dizendo que esse não era o projeto de Deus e retoma a questão da indissolubilidade da união conjugal, mais forte que os laços que unem pais e filhos. Homem e mulher, unidos em matrimônio formam uma unidade corpórea indissolúvel.

Ao final Jesus elogia as crianças e diz que o Reino dos céus é das pessoas que são como elas, ou seja, pessoas simples de coração, abertas à Palavra de Deus, obedientes por amor.

Para se entender por que o matrimonio é indissolúvel é necessário ter o coração, o acolhimento de uma criança e deixar-se moldar pelo coração de Deus.

No dia de hoje, especialmente, rezemos pelos casais que passam por dificuldades e por aqueles que se preparam para o matrimônio, para que o tempo de noivado cumpra seu papel, sendo propício à elaboração de um projeto de vida.


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Mensagem do dia... 05/10/2024

 

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

ENCANTAR A POLÍTICA: “UMA MISSÃO URGENTE E NECESSÁRIA”


 Dom Giovane Pereira de Melo - Bispo de Araguaína (TO)

O

 Projeto Encantar a Política em 2024 completa cinco anos, visto que se trata de um projeto permanente! Tem suas raízes nas Eleições Municipais de 2020, com iniciativa do CNLB – Conselho Nacional do Laicato do Brasil, CBJP – Comissão Brasileira Justiça e Paz, CEFEP – Centro Nacional Fé e Política Dom Helder Câmara, e NESP – Núcleo de Estudos Sociopolítica da PUC Minas e sua inspiração se baseia na Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco (2020). Essa mobilização do Encantar a Política é herdeira da articulação do laicato do Brasil no Pacto pela Vida e pelo Brasil, durante o ano de 2020 e 2021, em defesa da democracia. Por isso, a centralidade da defesa da Democracia no Projeto.  

Nas Eleições Municipais de 2020, a publicação de um Caderno de Formação Política com cinco encontros, em 45 dias teve mais de 600 mil downloads. A partir da avaliação positiva desta experiência, já em 2021, novos parceiros se somaram e contamos com o apoio da CNBB como um todo, e presença orgânica das Comissões Episcopais para o Laicato e para Ação Sociotransformadora. A partir de 2021, mais outras dezoito organizações se juntaram e houve apoio da cooperação nacional (Adveniat e Misereor) o que possibilitou a publicação de 60 mil exemplares do Caderno de Formação Política visando a formação da consciência crítica do eleitorado e a superação da intolerância e da criminalização da política, além da realização de um Seminário nacional, em Brasília – DF, em maio de 2022.  

Avaliou-se que o grande alcance do Projeto Encantar a política foi a de associar ao Caderno Encantar a Política, uma estratégia de formação de lideranças e fortalecimento do trabalho de base em grupos e comunidades presenciais e utilizando as Redes Sociais. Destarte, o Projeto Encantar a Política tem caráter permanente e tem três eixos de ação: (1) contribuir para formação da consciência crítica do eleitorado brasileiro na retomada do trabalho de base para fortalecer a democracia; (2) capacitação em planejamento de Campanha Eleitoral de Candidaturas populares; (3) apoio a candidaturas populares que tiverem programa e forma participativa de atuar na democracia representativa.   

Em 2023, a Revista Casa Comum foi assumida pela Comissão Ampliada do Projeto Encantar a Política, como seu instrumento de formação permanente, que então contava com vinte e dois parceiros e, destarte, ampliou para 301. 

Durante as reuniões quinzenais para planejar o Projeto Encantar a Política 2024, e fruto da experiência que a CBJP, a CEPAST e o CEFEP já tinham da Educação Popular à Distância par formação de conselheiros/as de Políticas Públicas e da Especialização em Dimensão Social da Fé, nasceu o novo: o Mutirão pela Democracia. 

Essa foi a novidade de 2024: a realização do Mutirão pela Democracia! Ele foi fruto dessa aliança entre o Projeto Encantar a Política e a Revista Casa Comum (editada pelo SEFRAS – Serviço Franciscano de Ação Social; impressa e distribuída pela Editora Paulus). A edição nº 8 da Revista Casa Comum, acolheu os conteúdos propostos pelo Projeto Encantar a Política e se tornou o “Caderno de Formação Política’, tendo sido distribuídos setenta mil exemplares em todo o país. Muita ousadia foi necessária para conceber pedagogicamente a proposta e ampliar a meta de multiplicadores/as para mil pessoas. E essa meta que foi conquistada: mais de mil lideranças se inscreveram. 

Outro fator decisivo foi fazer o lançamento das inscrições durante o 12° Encontro Nacional Fé e Política, em Belo Horizonte MG, de 5 a 7 de abril de 2024, que contou com mais de dois mil participantes e possibilitou que em dez dias tivéssemos a inscrição de mais de quinhentas pessoas, viabilizando o início das cinco primeiras turmas no dia 22 de abril. 

Assim desenhou-se o objetivo do Mutirão pela Democracia: formação de multiplicadores/as em sete Rodas de Conversa semanais, com indicação de material de apoio e avaliação, para que cada um/a animasse doze lideranças nos territórios para que estas coordenem três encontros de pequenos grupos de doze pessoas na base, utilizando a Revista Casa Comum como itinerário pedagógico, para alcançar a meta de cento e quarenta e quatro mil pessoas.  

As sete Rodas de Conversa seguiram a mesma lógica da trilha de saberes da Revista Casa Comum: (1) apresentação do Projeto Encantar a Política e da Revista Casa Comum; aprofundando a relação fé e política, a encíclica Fratelli Tutti e a história das Campanhas da Fraternidade. (2) Democracia em cheque. (3) Panorama das Eleições Municipais de 2024. (4) Religião e Política. (5) Experiências de Participação e Educação Política. (6) Trilha de saberes. (7) Plano de Multiplicação. 

A primeira fase foi concluída em 7 de junho; e a segunda fase, com mais quinhentas pessoas teve início em 10 de junho e encerrou-se em 26 de julho. E agora estão em execução os Planos de Multiplicação que cada participante elaborou de modo a fermentar a realidade e fortalecer a consciência crítica nas Eleições Municipais de 2024.  

Muitas Dioceses e Regionais estão lançando as Orientações e Diretrizes de Ação para esse período eleitoral, por meio de Cartas Pastorais e vídeos, que são repercutidas no portal www.encantarapolitica.org.br, onde também podem ser encontrados vídeos, podcasts, artigos e notícias para animar encontros com candidaturas às Câmaras de Vereadores e Prefeituras.

É motivo de grande esperança perceber o empenho e protagonismo do Laicato, dos Organismos e Pastorais Sociais, neste campo de especial missão dos cristãos leigos e leigas para que realmente aconteça a “política melhor” (Fratelli Tutti) e se fortaleça a democracia para que as políticas públicas possam atender as necessidades das pessoas e famílias empobrecidas e também se cuide da Natureza para que se preserve a integridade da Criação. Coragem, caminhemos juntos!

Mensagem do dia... 02/10/2024