sexta-feira, 20 de setembro de 2024
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
O CRISTÃO NA POLÍTICA, SEGUNDO O PAPA BENTO XVI
por Reinaldo Gonçalves (*)
O |
Papa
Bento XVI exortou os cristãos a não terem medo de um compromisso político,
durante uma missa ao ar livre em Viterbo, cidade ao norte de Roma que foi sede
do papado durante 24 anos no século XIII. “Não tenham medo de demonstrar
vossa fé nos diferentes círculos sociais, nas múltiplas situações da
existência”, declarou o Sumo Pontífice, recordando ainda a vocação dos
cristãos “de viver o Evangelho”, destacando que isto corresponde
justamente ao “compromisso social, à ação política”.
Tal
declaração vem em boa hora, quando no limiar de mais um pleito político,
discute-se se a Igreja deve ter atuação política ou ser simplesmente
sacramental. Este tipo de questionamento até faz lembrar as ridículas
questiúnculas escolásticas. Adão tinha umbigo? O homem tinha uma
costela a menos que a mulher? Os anjos eram assexuados ou não? A mulher tinha
alma?
Aproveitemo-nos
de Santo Agostinho para questionar o problema: O grande doutor da
Igreja disse com muita propriedade “que a Igreja foi feita para o homem e
não o homem para a Igreja”, afirmação que se assemelha a que Cristo fez: “a
lei foi feita para o homem e não o homem para a lei”.
O homem
é o maior valor existente no mundo. Tudo foi criado por Deus em razão do homem
e para o homem, que é o centro nevrálgico de toda a ordem social, cósmica e
telúrica. O homem está inserido num contexto de universalidade, abrangente de
todos os valores existentes. Nada, portanto, existe no mundo fora do homem ou
que a ele não interesse.
O homem
é uma totalidade de valores imanentes, e anseios e conquistas, de caminhos a
percorrer, de mundos a criar. Da mesma maneira que se não podem estrangular as
palpitações de vida, que gravitam nas entranhas de uma semente, assim não se
pode emascular a inteligência, a vontade e a sensibilidade do homem. Ele é por
essência, por natureza, por destinação, por impulsos instintivos, um ser
social, um ser construtor e operário, um ser econômico, político, moral e
religioso.
A Igreja,
na sua missão evangelizadora, tem que proceder como Cristo, que tomou o
homem com a totalidade dos seus valores e das suas contingências. A Igreja não
vai retalhar o homem em pedaços: este é meu, esse do Estado, aquele da família.
Esta parte é religiosa mas aquela é política etc. O homem não é só corpo nem
somente espírito. É uma síntese. Não existe esta dicotomia entre a psicologia e
a fisiologia. Entre o espiritual e o material.
Negar
a igreja o direito de interessar-se pelos problemas sociais, econômicos e
políticos do homem, é estrangular e mutilar a sua missão de redentora do homem,
e ferir este homem nos direitos primaciais que constituem a sua personalidade e
os valores imanentes do seu ser.
O grande
mal é que os homens abastardaram tanto a política que julgam e apreciam o
comportamento da Igreja segundo essa visão míope e deformada. Sem
embargo, alguns cristãos olham às vezes a Igreja como se estivessem à
margem dela. Tomam distância da Igreja como se a relação dela
com Jesus Cristo, seu fundador, fosse acidental e ela tivesse surgido como
uma consequência ocasional de sua vida e de sua morte.
Portanto,
essa Igreja, com doutrina e exemplo, nos exorta a ocupar-nos não só das
coisas do espírito, mas também das realidades deste mundo e da sociedade humana
de que somos parte. Nos exorta a comprometermo-nos na eliminação das
injustiças, a trabalhar pela paz e a superação do ódio e das violências em
todos os sentidos. Nos exorta a promover a dignidade do homem, sentirmo-nos
responsáveis pelos pobres, os enfermos, os marginalizados e oprimidos, os
refugiados, os exilados e deslocados, assim como de tantos outros aos quais deve
chegar nossa solidariedade.
terça-feira, 17 de setembro de 2024
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
domingo, 15 de setembro de 2024
sábado, 14 de setembro de 2024
REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 15/09/2024
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
Mais uma vez Deus nos leva a uma revisão de nossos critérios, se estão de acordo com os de Jesus, o Homem Novo, ou se nos deixamos levar pelos do mundo e aceitamos os seus, tão diversos dos do Senhor.
A primeira leitura, extraída de Isaías nos apresenta a figura significativa do Servo Sofredor, a mesma da sexta-feira santa, onde lemos sobre o homem das dores que confia no Senhor. Esse relato nos conduz ao Evangelho deste domingo, em que Marcos faz o primeiro anúncio da paixão do Mestre. Ora, Jesus é aquele que nos salvou a partir do seu sofrimento, que foi rejeitado e hostilizado pelos grandes de Israel e, em seguida, enaltecido pelo Pai e, por Ele, ressuscitado. Por isso Jesus se tornou a força, a esperança, o referencial para aqueles que assumem, como missão, a luta por seus irmãos, pela justiça, para que eles sejam respeitados como filhos de Deus.
No Evangelho Cristo desnorteou seus discípulos ao falar que ele seria rejeitado e sofreria muito e que exatamente por causa dessa paixão é que sairia vitorioso. Jesus ensinou que a vitória virá através da morte, da derrota. Ele quebrou a lógica do mundo, virou a mesa.
Quando Pedro, que havia feito bela profissão de fé, mas ainda sem uma compreensão amadurecida, disse que impediria tal desastre acontecer, Jesus o repreendeu com um veemente “Afasta-te de mim Satanás!” E em seguida disse para todos:” Se alguém me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.
Renunciar a si mesmo significa renunciar a toda ambição pessoal, não pensar em si, em seus interesses, mas estar totalmente voltado para Deus e para os outros. Tomar a sua cruz é muito mais do que aceitar as durezas do dia a dia; é consequência do “renunciar a si mesmo,” quando nos sacrificamos pela felicidade de alguém e é, em diversas ocasiões, o preço pela fidelidade ao Evangelho.
Seguir Jesus é tomar parte em seu projeto redentor, na luta pela instauração do Reino de justiça e de paz e aceitar as consequências dessa participação; é perder a vida, como aconteceu com ele, nosso Mestre e Senhor.
Ser companheiro de Jesus em sua paixão, assumindo toda sua humilhação, trabalhos e lutas, nos proporcionará, depois, segui-lo na glória. Por isso, quem quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas quem a perder, irá salvá-la.
EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ - 14 DE SETEMBRO
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
DISCRIMINAR NUNCA, TOLERAR SE POSSÍVEL!
N |
ão
discriminar não significa ter de tolerar as mesmas ideias, gostos, sentimentos,
opções sexuais, ideais políticos ou religiosos. Posso e devo discordar se penso
diferente. Isso é democracia, isso é pluralismo.
Para
o filósofo Tomás de Aquino, que criou o conceito de tolerância no século 13:
“Tolerar é permitir a existência de certos males menores para não provocar
outros males maiores e para não impedir certos bens maiores”. Tolerar é
permitir de forma bastante justificada certos males menores, não os autorizar.
Existe
uma diferença notável entre permitir e autorizar. Esse último é dar autoridade
a alguém para que faça algo. Seria autorizar o mal e converter, por um poder
arbitrário e pela “magia” da tolerância, o mal em bem. O autorizador, assim,
tornar-se-ia corresponsável pelo mal. O que não seria ético.
É
preciso ser consciente de que, quando se é tolerante, o mal continua sendo mal
na perspectiva de quem permite. E que, mesmo sendo tolerante alguma vez, nem
sempre será possível tolerá-lo. Nesses casos é preciso ser intransigente com o
erro e o mal, o que não é intolerância. Ora, numa sociedade em que a confiança
na razão como meio para descobrir a verdade foi aos poucos dando lugar ao
ceticismo, é fácil compreender por que as pessoas se confundem entre o bem e o
mal.
Os
conceitos de intransigência e discriminação acabam se confundindo, o que é um
grande erro.
Ser
intransigente é defender a verdade que nos transcende. Significa manifestar o
direito de discordar de alguém que apresente outra coisa como verdade, e, num
diálogo respeitoso, expor uma argumentação diferente, com fundamentos sólidos e
convincentes, de forma que ambos tentem honestamente vislumbrar um bem que os
una. Portanto, uma atitude bastante distante da violência e da arrogância.
Já
ser discriminador é algo bastante diferente. Significa dar um tratamento
desigual, seja favorável ou desfavorável, às pessoas em função das suas
características raciais, sociais, religiosas ou de gênero. É um desrespeito à
pessoa humana, quase sempre numa atitude física ou psicologicamente violenta.
Naturalmente, é algo deplorável, que sempre será preciso combater. Entretanto,
não existe discriminação de ideias nem de atitudes, somente de pessoas.
Como
aponta a doutora em Filosofia Ana Marta González, “o respeito se dirige ao
homem que eventualmente defende ideias opostas às nossas; a tolerância, às suas
ideias” (Las paradojas de la tolerância). Posso e devo discordar se
penso diferente. Isso é democracia, isso é pluralismo.
E como conviverão em paz pessoas que pensam diferente? Como viver a tolerância, em casos como a eutanásia infantil, o nudismo, o livre exercício de religiões minoritárias? A resposta é complexa, mas a filósofa espanhola nos orienta: eticamente, com respeito. Politicamente, com três critérios: buscar a solução em que a maioria possa se abster; em que o prejuízo que se vá produzir nos outros seja o menor possível; em que a subsistência da sociedade esteja sempre garantida.
Adaptação do texto do Professor João Malheiro, Doutor em
Educação pela UFRJ - Artigo Publicado no Jornal Atuação do Movimento Familiar
Cristão (MFC).
terça-feira, 10 de setembro de 2024
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
domingo, 8 de setembro de 2024
sábado, 7 de setembro de 2024
Reflexão Litúrgica para o 23º Domingo do Tempo Comum - 08/09/2024
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
A |
segunda
leitura deste 23º DOMINGO DO TEMPO COMUM, tirada da Carta de São Tiago, nos
questiona quanto ao nosso relacionamento com as pessoas que são ricas, bonitas,
inteligentes, realizadas profissionalmente, afetivamente, enfim, como nos
portamos diante das pessoas bem-sucedidas de acordo com o critério mundano. Ao
mesmo tempo, São Tiago também analisa nosso comportamento em relação ao pobre,
ao deficiente, ao feio, ao menos inteligente, ao desempregado, ao sem-teto,
enfim aos marginalizados em nossa sociedade.
Se
somos batizados, se fizemos a profissão de fé cristã e a renovamos a cada
domingo no momento do Credo, deveremos agir como Jesus Cristo e ter um especial
carinho pelos pobres e oprimidos já que eles mereceram uma atenção especial de
Jesus e continuam sendo os filhos queridos do Pai.
Contudo,
deixamos a carne falar mais forte e agimos de acordo com os critérios humanos,
mesmo sabendo que fazemos algo errado. O belo, o aceito socialmente nos atrai
tanto, na mesma proporção em que repugnamos o feio. Ao mesmo tempo demonstramos
também nossa fragilidade, temendo a reação do mundo, em não sermos aceitos por
causa de nossa postura socialmente incorreta diante dos códigos sociais
elitistas. Aí renegamos o Cristo crucificado, que está no marginalizado, e
abraçamos as pompas e as obras que o crucificaram.
Muitas
vezes conseguimos ter atitudes cristãs dentro das igrejas, na hora da missa,
mas tal não consegue resistir a um confronto em um ambiente extra eclesial. É
na sociedade, nos casamentos, nas festas, no trabalho, na rua, nos hospitais,
que somos chamados a sermos sal da terra e luz do mundo. É aí que deveremos
fazer a diferença.
Criticamos
muito os nossos políticos e deveremos continuar criticando-os quando não fazem
o que prometeram em época de eleições. Alguns até se deixam subornar por
dinheiro ou por acordos partidários.
Mas
atenção, não só os políticos corruptos são coniventes com os
erros denunciados por uma frase do livro do Eclesiastes (13,3), mas também
nós: "O rico comete uma injustiça e ainda se mostra altivo, o
pobre é injustiçado e ainda se desculpa”. Concordaremos
com isso ou vamos lutar pela justiça, evitando discriminação? Se cremos em
Deus, nossas relações serão marcadas pela justiça e pela caridade.
No
Evangelho Jesus curou um surdo que, por causa dessa deficiência, falava
com dificuldade. O Senhor o levou para fora da multidão, tocou-o em seu ouvido
e língua e disse sobre ele: "Abre-te!" O
surdo, como não escuta, não sabe o que passa ao seu redor e geralmente, como no
relato de hoje, tem dificuldade em se expressar e, por tudo isso se sente e é
marginalizado. Jesus o retirou dessa situação, devolvendo-o capacitado. A ação
cristã o reintegrou à sociedade.
Ao
mesmo tempo o Senhor recomenda silêncio em relação ao seu feito. Perguntamo-nos
o porquê? Porque Ele sabe que o testemunho dado só será possível quando as
pessoas passarem, como ele Jesus passou, pela cruz e ressurreição. É no
Calvário que surge o homem novo, o homem que supera os contravalores mundanos e
revela a fé autêntica, a entrega radical ao querer do Pai, isto é, à prática da
justiça.
Se Deus privilegia os pobres, que lugar ocupa os carentes em minha vida? Até onde pratico e luto por uma justiça social?
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
quinta-feira, 5 de setembro de 2024
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA!
N |
este mês
de setembro, a Igreja no Brasil, celebra o MÊS DA BÍBLIA: um convite especial
para todas as pessoas que gostam de estudar a Palavra de Deus.
Por
meio das celebrações nas paróquias, pastorais, movimentos, organismos e
comunidades católica de todo o país, os fiéis são convidados a meditar a Sagrada
Escritura e os seus ensinamentos.
Setembro
foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o Mês da Bíblia em razão da memória
de São Jerônimo, celebrada no dia 30.
São
Jerônimo foi o encarregado por traduzir a Sagrada Escritura para o latim. Essa
versão latina recebeu o nome de Vulgata, que significa “popular” em latim. Essa
versão é referência nas traduções da Bíblia até os dias de hoje.
A
Bíblia contém o que Deus quis comunicar aos povos em relação ao seu plano de
salvação para a humanidade.
Ao
celebrar o Mês da Bíblia, a Igreja propõe o convite a aprofundar nosso
conhecimento em relação a esse plano e ao centro da nossa fé: Jesus Cristo.
Em
Jesus, podemos contemplar o verdadeiro Deus e o verdadeiro Homem, Messias
anunciado durante o Antigo Testamento para o povo que caminhava nas trevas.
Nesse contexto, nós também somos chamados a redescobrir a manifestação de Deus
na história por meio do seu Filho, para o qual as Sagradas Escrituras sempre
apontam.
O
livro bíblico mais utilizado para aprofundamento da bíblia é o de Josué, com a
inspiração: “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (Js
1,9).
Um
dos Pilares da Igreja no Brasil é o Pilar da Palavra de Deus, incluído nas
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas pelo
episcopado brasileiro em sua 57ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP).
A
proposta é nos aproximar da jornada de Josué pela posse da Terra Prometida.
Também nós, portanto, somos chamados ao estudo do Livro de Josué, que nos leva
a perceber que Deus nunca deixa sem respostas as pessoas e comunidades que a
Ele se confiam.
O
esforço empreendido pelas tribos israelitas na conquista e ocupação das terras
é tema principal no Livro de Josué. O personagem principal de todo o livro é
Josué, termo em hebraico que significa “O Senhor salva”.
O
Senhor é uma divindade que segundo o texto, nos tempos de Josué, aparece entre
tantas outras divindades, presentes nos cultos das religiões politeístas dos
povos vizinhos.
Todo
o sucesso dos grupos liderados por Josué na conquista e posse da terra está
condicionado a realizar a Palavra do seu Deus, sem submeter-se também aos
cultos estrangeiros.
“Não temos dúvida que esse livro soa como uma catequese para impulsionar o povo na conquista da terra."
O
Livro de Josué é um autêntico testemunho de que Deus realiza a promessa feita
ao seu povo Israel. Da escravidão para a posse da Terra Prometida.
No
estudo do Livro de Josué, todas as pessoas são chamadas a perceber o Deus que
sempre responde seu povo.