Rainey Marinho |
Rainey Marinho
Grupo
Genezaré
MFC Maceió
P
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rocurar escrever sobre as coisas que nos
rodeiam no dia-a-dia é um exercício maravilhoso de repensar a vida e minhas
atitudes. Quando me debruço sobre algum fato e tento exercitar meu entendimento
a respeito dele, cada tecla pressionada coloca-me em choque direto, muitas
vezes, comigo mesmo. Um processo de
descoberta que, em algumas ocasiões, resulta em mim sensações de felicidade,
outras de dor.
Essa semana, depois de uma viagem maravilhosa
mentalmente, mas que me deixou extenuado fisicamente, tentei retornar a minha
rotina. Pois bem, dirigia-me de carro para o tênis, bem lentamente, com a
preguiça de quem acorda muito cedo, por volta de cinco da manhã, quando passava
por uma praça e vi um idoso. Deveria ter uns bons anos de vida, sentado em sua
cadeira de rodas, sozinho, com seus cabelos prateados brilhando ao sol.
Parei o carro e fitei-o.
O quanto somos frágeis. Outrora, aquele homem
deveria ter sido um ser humano forte e hoje sente o cansaço da vida. Como tudo
que vivemos é efêmero. Um dia cuidamos em outro somos cuidadores. Nesse
momento, me veio o seguinte questionamento: afinal, a palavra é cuidadores?
Quem ama é cuidador?
Tomei um choque de realidade e temor pelo uso
do vernáculo.
A vida de hoje cheia em suas agendas lotadas
nos tornaram em mecânicos do cuidar. Profissionais da atenção e do zelo.
Lembro-me na minha infância de uma senhora, vizinha de porta que dizia:
"meus filhos são bem cuidados, têm saúde e são limpos." Mas isso
basta? Pais cuidadores? Filhos cuidadores?
Tudo parece muito frio para mim. Afinal,
todos nós temos uma responsabilidade com os nossos, principalmente os frágeis.
Acredito que precisamos desenvolver uma incumbência de exercitar a atenção no
sentido emocional de ser, sem aridez.
Mas, quem cuidará de nós?
Não sei, mas sinceramente precisamos fazer o
nosso melhor sem esperar retorno. Amar é uma sentimento unilateral e exercitar
o amor é fruto disso, pena que as vezes os outros não entendam a nossa forma de
amar.
Levantei a cabeça olhando para o idoso e vi
um sorriso redondo aparecer em sua face. Um homem, parecia seu filho, atravessava
a rua com uma xícara fumegante em sua direção. Os dois riram juntos e eu parti
com meus pensamentos.
Acho que foi Chaplin que disse: necessitamos
mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de
inteligência...
Boa semana!
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