Rainey Marinho
MFC Maceió
N
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ão tem coisa pior que um sono ruim. Essa
semana dormi muito mal e durante as minha idas e vindas ao reino de Morfeu tive
um sonho estranho. Geralmente não me lembro dos meus sonhos, mas esse ficou
marcado em minha lembrança e quero compartilhar com vocês.
Pois bem, eu sonhei que em um reino bem
distante daqui, em uma terra comum, onde moravam pessoas comuns, vivia um Rei
bom, misericordioso e fiel. O monarca imaginou que seu povo precisava de uma
linda praça para se conhecer melhor, pois todos andavam de lá pra cá pelo reino
sem ter um local para conversar, rir, mostrar suas ideias, e até, orar ao ar
livre. Em sua luz, o Rei encantou-se com
a possibilidade que daria aos seus súditos de interagirem, ficando com o passar
do tempo bem mais humanos.
Por isso, ele chamou dois de seus melhores
arquitetos para, juntos, edificarem a praça que seria para todos um ponto de
encontro e uma bênção. O primeiro profissional tinha muitos cursos e títulos e
era muito organizado e orgulhoso de sua capacidade, possuía uma visão concreta
sobre sua profissão, era cheio de si. O segundo conhecia os caminhos mais
práticos da vida e era também orgulhoso de sua caminhada, achava que sua forma
de pensar era o que o povo mais desejava, possuía uma forma mais democrática de
tratar os outros, mas também era cheio de si quando o assunto era sua
opinião.
Logo, as coisas começaram a dar errado,
resolvendo os dois construírem separadamente duas praças onde apenas uma deveria
ser edificada. Depois de prontas, as duas estavam lindas. O Rei visitando o
local viu as duas praças, belas e cheias de flores e monumentos. Ele parou por
um certo tempo, olhando-as ao longe, foi embora e nunca mais voltou. O povo até
passeava nessas praças com suas famílias, mas o Rei nunca mais foi visto por
aqueles lados.
Foi aí que eu acordei.
Depois fiquei pensando, Deus de certa forma
age assim. Ele às vezes nos coloca juntos a outras pessoas para que, utilizando
nossos dons, consigamos construir seu Reino. Ele nos quer juntos, edificando o
futuro, nós e Ele. Como o Rei, Ele quer que construamos uma praça, nosso céu,
para que Ele caminhe conosco e sinta-se em casa. O orgulho pessoal de realizar
maravilhas perde seu sentido sem a presença dele caminhando ao nosso lado.
Parafraseando o Papa Francisco, precisamos entender que não somos simplesmente
construtores de uma sociedade, somos também arquitetos do céu aqui. Sem um
coração cristão, por mais bela que seja a obra - nossa praça - Deus certamente não
irá passear por ela. Ele quer bem mais de cada um de nós.
Sejamos humanos e filhos Dele.
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