quarta-feira, 22 de julho de 2015

Deus, o Rei, os arquitetos e a praça



Rainey Marinho
MFC Maceió

N
ão tem coisa pior que um sono ruim. Essa semana dormi muito mal e durante as minha idas e vindas ao reino de Morfeu tive um sonho estranho. Geralmente não me lembro dos meus sonhos, mas esse ficou marcado em minha lembrança e quero compartilhar com vocês.

Pois bem, eu sonhei que em um reino bem distante daqui, em uma terra comum, onde moravam pessoas comuns, vivia um Rei bom, misericordioso e fiel. O monarca imaginou que seu povo precisava de uma linda praça para se conhecer melhor, pois todos andavam de lá pra cá pelo reino sem ter um local para conversar, rir, mostrar suas ideias, e até, orar ao ar livre.  Em sua luz, o Rei encantou-se com a possibilidade que daria aos seus súditos de interagirem, ficando com o passar do tempo bem mais humanos.

Por isso, ele chamou dois de seus melhores arquitetos para, juntos, edificarem a praça que seria para todos um ponto de encontro e uma bênção. O primeiro profissional tinha muitos cursos e títulos e era muito organizado e orgulhoso de sua capacidade, possuía uma visão concreta sobre sua profissão, era cheio de si. O segundo conhecia os caminhos mais práticos da vida e era também orgulhoso de sua caminhada, achava que sua forma de pensar era o que o povo mais desejava, possuía uma forma mais democrática de tratar os outros, mas também era cheio de si quando o assunto era sua opinião. 

Logo, as coisas começaram a dar errado, resolvendo os dois construírem separadamente duas praças onde apenas uma deveria ser edificada. Depois de prontas, as duas estavam lindas. O Rei visitando o local viu as duas praças, belas e cheias de flores e monumentos. Ele parou por um certo tempo, olhando-as ao longe, foi embora e nunca mais voltou. O povo até passeava nessas praças com suas famílias, mas o Rei nunca mais foi visto por aqueles lados.

Foi aí que eu acordei.

Depois fiquei pensando, Deus de certa forma age assim. Ele às vezes nos coloca juntos a outras pessoas para que, utilizando nossos dons, consigamos construir seu Reino. Ele nos quer juntos, edificando o futuro, nós e Ele. Como o Rei, Ele quer que construamos uma praça, nosso céu, para que Ele caminhe conosco e sinta-se em casa. O orgulho pessoal de realizar maravilhas perde seu sentido sem a presença dele caminhando ao nosso lado. Parafraseando o Papa Francisco, precisamos entender que não somos simplesmente construtores de uma sociedade, somos também arquitetos do céu aqui. Sem um coração cristão, por mais bela que seja a obra - nossa praça - Deus certamente não irá passear por ela. Ele quer bem mais de cada um de nós.

Sejamos humanos e filhos Dele.


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