28º DOMINGO COMUM
“NOSSA SENHORA APARECIDA”
PRIMEIRA LEITURA (Est 5,1b-2;7,2b-3)
Leitura do Livro de Ester:
Ester revestiu-se com vestes de rainha e foi
colocar-se no vestíbulo interno do palácio real, frente à residência do rei. O
rei estava sentado no trono real, na sala do trono, frente à entrada. Ao ver a
rainha Ester parada no vestíbulo, olhou para ela com agrado e estendeu-lhe o
cetro de ouro que tinha na mão, e Ester aproximou-se para tocar a ponta do
cetro.
Então, o rei lhe disse: “O que me pedes, Ester; o
que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te
seria concedida”. Ester respondeu-lhe: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e
se for de teu agrado, concede-me a vida - eis o meu pedido! - e a vida do meu
povo - eis o meu desejo!”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
RESPONSÓRIO (Sl 44)
- Escutai, minha filha, olhai,
ouvi isto: que o Rei se encante com vossa beleza!
- Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: “Esquecei
vosso povo e a casa paterna! Que o Rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe
homenagem: é vosso Senhor!
- O povo de Tiro vos traz seus presentes, os
grandes do povo vos pedem favores. Majestosa, a princesa real vem chegando,
vestida de ricos brocados de ouro.
- Em vestes vistosas ao Rei se dirige, e as virgens
amigas lhe formam cortejo; entre cantos de festa e com grande alegria,
ingressam, então, no palácio real.
SEGUNDA LEITURA (Ap 12,
1.5.13a.15-16a)
Leitura do Livro do Apocalipse de São João:
Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida
do sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze
estrelas. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as
nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu
trono. Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o dragão começou a
perseguir a mulher que tinha dado à luz o menino. A serpente, então, vomitou
como um rio de água atrás da mulher, a fim de a submergir. A terra, porém, veio
em socorro da mulher.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
EVANGELHO (Jo 2,1-11)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele
está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, †
segundo João.
— Glória
a vós, Senhor!
Naquele tempo, houve um casamento em Caná da
Galiléia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham
sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus
lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que
dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam
servindo: “Fazei o que ele vos disser”.
Estavam seis talhas de pedra colocadas aí
para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais
ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de
água”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao
mestre-sala”. E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água que se tinha
transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo
sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água.
O mestre-sala chamou então o noivo e lhe
disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já
estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho bom até
agora!” Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da
Galiléia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
REFLETINDO A PALAVRA
“NAS CURVAS DE UM RIO”
Padre Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
VELAS QUE
SE ACENDEM
Celebramos festa de N. Senhora Aparecida. É um
momento muito importante, como diz a oração da missa: “Concedei que o povo
brasileiro, fiel a sua vocação e vivendo na paz e na justiça, possa chegar um
dia à pátria definitiva”. A paz e a justiça conduzem à vida eterna. Vamos
procurar entender essa celebração com a simbologia dos primeiros milagres. Além
do encontro, que já foi um milagre comprovado pela pesca abundante, nós
conhecemos o milagre das velas que se acendiam e se apagavam sem intervenção
das pessoas. No meio das dificuldades do
tempo, cercados de pobreza e de vida trabalhosa, a veneração da imagem da
Imaculada Conceição, foi um estímulo à vida daqueles pobres pescadores. A
devoção lhes fez reconhecer um tempo novo que iluminava seus olhos. O
sofrimento não apaga a fé de um povo simples e devoto. Deus se recordou de sua
humildade. Deus escolhe os humildes para confundir os fortes. O Conde de
Assumar comeu os peixes e se foi. Os pescadores foram alimentados de esperança.
Ester, a rainha teve a ousadia de crer que a oração poderia mudar os planos do
rei. A oração do povo dobra o coração de Deus. O Espírito Santo acendeu a luz
nos corações que se apagavam no sofrimento. A pesca infrutífera foi vencida
pela rede que mais uma vez ia ao fundo do rio. Numa destas encheu o barco de
vida e as redes de peixes. Aquele objeto tosco e enegrecido acendeu a
esperança. A intercessão de Maria continua no meio do povo. Benditas curvas do
rio Paraíba que nos deram tal presente. A esperança iluminou os olhos.
O ESCRAVO
E AS CORRENTES
A imagem de Nossa Senhora Aparecida é uma síntese
das três raças: negra de cor, branco de tipo, cabelo de índia. É a mulher
grávida que aparece no Apocalipse sempre pronta a dar à luz para que haja a
libertação de todos os sofredores. O escravo Zacarias que fugira e fora
capturado, deve ter sofrido muito. Ao passar diante da capela da Senhora
Aparecida, pediu para fazer uma oração. Que terá pedido? Mais que atender a
súplicas, ela lhe deu a liberdade. As correntes caíram. Ela, Mãe do Senhor do
mundo, liberta o escravo sofrido, já sem esperanças em meio aos sofrimentos. É
um símbolo maravilhoso que sintetiza os ensinamentos sobre Maria que socorre os
escravos do mal. Intercede diante de seu Filho pelos filhos sofredores. Este
milagre anima a transformar a devoção em um meio de libertação de todos os
tipos de escravidão. Não há escravidões que não tenham solução. O que há é
falta de libertadores. A devoção será vazia se não vai ao encontro dos
acorrentados da vida. As curvas do rio nos trouxeram a alegria.
A CEGA E
O CAVALEIRO
Há dois milagres que se parecem: A ceguinha que
veio de longe e ao chegar perto do santuário recebe a cura e vê a igreja. O
cavaleiro cego pela falta de fé e pelo desrespeito às pessoas e lugares santos,
recebe um milagre. Queria entrar na Igreja a cavalo. Este se recusa e sua
ferradura se prende à pedra da entrada. O homem orgulhoso é abre os olhos à fé.
Diante do amor de Maria, manifestado nesta bela imagem, nossos olhos se abrem
para ver a grandeza de Deus e a desgraça que o orgulho provoca em nós. Os
milhões de romeiros que por ali passam podem ter os olhos abertos para conhecer
as coisas de Deus e das pessoas como um caminho de fé. Um cientista ateu, vindo
a Aparecida, viu a longa fila dos romeiros que queriam passar diante da imagem,
disse: Não podem todos eles estar errados e eu certo. Abriram-se seus olhos.
ORAÇÃO
Ó Deus, todo - poderoso, ao
rendermos culto à Imaculada Conceição de Maria, mãe de Deus e senhora nossa,
concedei que o povo brasileiro, fiel à sua vocação e vivendo na paz e na
justiça, possa chegar um dia à pátria definitiva. Amém!
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